Caro Amigo, Um relato de um mecânico de barcos.
Como um sonho, pode ser real, pode ser a revelação da
verdade.
Sou apaixonado pelo mar, adoro velejar, e fui procurar
contos de terror sobre mar, sobre monstros marinhos, meu amigo me indicou um
livro do Lovecraft, o chamado de Cthulhu, gostei do livro, só que entrou em
minha mente, a parte da perseguição no mar.
Fui velejar nesse domingo, com um barco antigo, de um
colecionador, eu concerto barcos, fui averiguar o seu estado, tinha uma feira
de barcos antigos, que iria acontecer na próxima semana.
Não tomei cuidado, acabei indo para alto mar, o barco que eu
estava, dava uma nostalgia, uma vontade de viver no mar. Cheguei, e parei o
barco, e fui apreciar a vista, uma forma de relaxar, passei dias trabalhando no
barco que estava. Olhei para o mar, e vi um vulto, me assustei, e lembrei-me do
conto que li, passou um tempo vi que era cardumes de peixes fazendo sua
migração. Ri de minha pessoa, como pode um homem com medo de alguns peixes, só
por ler um conto, uma tempestade, começou se formar, liguei o barco, e comecei
a voltar ao cais, porque o barco que eu estava, não era resistente para a chuva
que se aproximava.
Quanto mais eu ia em direção ao cais, mais longe ele ia
ficando, acho que por causa da nevoa, que misteriosamente se formou, ainda bem
que existia o velho farol, ajudava a me guiar, mas eu esqueci que tinha pouca gasolina, e aquela
viajem ao alto mar não estava planejada, por sorte tinha gasolina reserva num
galão, que poderia fazer eu voltar, sem chamar ajuda pelo radio. Nisso começou
a chover, já tinha enfrentado muitas chuvas no mar, mas aquela era diferente,
ela trazia um cheiro de peixes em nível de decomposição, fui ao motor,
alimentar o barco com a gasolina. Olhei para frente e vi, juro que vi, um vulto
enorme no mar, por traz da neblina, parecia uma cabeça, enorme, meu coração
ficou aos pulos, corri para o farol que tem a frente do barco para iluminar, e
vi que era um navio que estava a seguir para o porto, a frente do cais. Recebi
um chamado no radio do navio, que me ofereceu ajuda, disse que tudo bem, já
estava saindo da li. Como era roda de navios, podia haver alguma colisão
naquela neblina.
Voltei ao Cais, com uma forte chuva, nas costas, terrível,
parecia que todos os barcos iriam virar, olhei para o mar e falei,
- Deve ser Cthulhu saindo de sua cidade, R’lyeh.
Como um simples conto, pode levar-nos a imaginar coisas, e
ver coisas, eu como susto tinha como certeza que ele estava lá.
E nesse ponto vi, o poder da fé, não sei como, não sei da
onde, vi um braço colossal, por as mãos na base do cais, e emergiu uma cabeça
horrenda, um polvo monstruoso, eu congelei, não lembrei de olhar para os lados,
não lembrei de correr, so fiquei olhando. Dentro de minha cabeça, veio uma voz,
monstruosa, horrível, indescritível, grossa, que mentalmente disse:
- a Fé move tudo, acorda seres, e mostra a realidade.
E sumiu, como passe de magica, como se eu tivesse sonhado,
tivesse visto mais não visto.
Estava eu todo encharcado, com o maior medo que alguém podia
sentir na vida, eu tinha visto (ou não visto) um ser que não parecia ser
possível enfrentar, ele estava em todo lugar, e podia dominar minha mente.
Agora não sei se é verdade, ou simplesmente eu sonhei
aquilo, por causa da nevoa fedorenta, e a chuva torrencial.
Não sei, caro amigo, você pode dizer?
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