Caro amigo
“Deus, rogamos para que nos envia-se chuva, agora rogo, a bênção para nossa plantação e a maldição para nossas vidas”
Em meu vilarejo, estamos em seca, somos agricultores,
pobres, sem chuva nós somos nada, estamos prestes a morrer de fome fizemos
vigília, mas nada não chovia nosso senhor nos abandonou para a morte.
Blasfemadores, disseram que eram a recorrer aos antigos deuses, talvez eles nos
ouça, eu fui contra, que eles vejam o erro que estão cometendo.
Como pode, ela eram tão jovem, vocês a levaram para ele, num
ato egoísta, só para salvar suas vidas, quero que se arrependam, o que fizeram,
meus deus, como pode, se curvar a deus tão baixo e mesquinho.
Veio a chuva, estamos salvos, deus ouviu nossas preces, mas
ele não gostou do que eles, os blasfemadores fizeram, foi maldade, cruel, mas
se deus tivesse atendido mais cedo, teríamos evitado tudo isso.
Começou a chover, e eu estava no meio da plantação, senti
uma alegria imensa, nossa comida estava garantida, uma chuva forte, sem vento, engraçado
que ficou escuro, era umas 7 da noite, normalmente o sol esta se pondo, nossa
cidade fica num lugar muito quente, corri para casa, e no momento que cheguei a
varanda, me protegendo da chuva, meu corpo parou, meus olhos lacrimejaram, comecei
a sentir uma pressão no peito, a maior tristeza e amargura quando olho para
traz, da varanda, estava lá, um ser
maldito, magro, vestido de menina rosa, mas não era uma
menina, sem olhos, como se tivesse em alto nível de decomposição, uma coisa
horrível, e ao seu redor, insetos, moscas, o rodeavam, girando, como um
tornado, eu não conseguia me mexer, e quanto mais olhava para aquele ser, mais
triste eu ficava, vontade de deixar de existir, vontade de morrer, naquele
momento minha existência era fútil e irrelevante, deu um relâmpago, ao terminar o clarão, o
maldito desaparecera, não sei se foi real, se foi mentira, so sei que chorava muito, e sentia a
maior angustia, como se tudo que eu tinha foi tirado.
Corri para a igreja, falei sobre o acontecido, as pessoas que
lá estavam, ficaram na duvida, o padre disse que era minha mente, ou um espírito maligno que me atormentara, uma senhora, carola de igreja, falou que
era o espírito vingativo, que veio atrás dos blasfemos, não discordei, mas eu
tinha ficado com minha fé, como aquilo tinha vindo a mim, já que eu tinha
ficado na minha fé.
Toda plantação foi perdida, insetos por todo lado, não tive
dinheiro para pagar para conter a pestilência, minha mente foi ao ser, que me
visitou, na hora um flash em minha mente, mostrou ele sorrindo, numa escuridão
sem fim, acabei me sentindo mal, falta
de ar, fui para casa, para melhorar. A noite fui à igreja, ao termino, caminhei
com minha amiga ate sua casa, que e vizinha a minha, quando estávamos no meio
do caminho, começou a pingar, uma chuva forte se aproximava, chegamos a varanda
dela, olhamos para dentro da casa, e estava la, na sala, o maldito, sentado,
com os joelhos dobrados, como na posição de oração, e seus braços cruzados ao
seu corpo, com o rosto fixado para cima, a casa, começou a afundar, estava
chovendo muito forte, a chuva estava destruindo o telhado. E não tínhamos como
correr, o medo nos travara no chão, a terrível tristeza nos afligia, eu não
conseguia parar de olhar aquela coisa, balbuciando palavras horríveis, em um dialeto
antigo, só nos libertamos, quando deu um relâmpago, e o maldito tinha sumido,
mas a casa estava toda destruída, na
chuva, corremos para minha casa, a qual,
entramos e trancamos a porta, ao olhar para fora, o maldito caminhava pela
minha plantação, como num dia ensolarado, uma criança brinca no jardim, mas
estava uma chuva torrencial. Oramos a noite toda, no outro dia, corremos para a
igreja, enquanto falávamos com o padre, um som, agora, que nos fazia temer,
gotejo de chuva, caia no telhado da igreja, a chuva começou a ficar cada vez
mais forte, nos unimos e começamos a orar, e um vento muito forte, abriu a
porta da igreja, e continuamos a orar, e escutamos um zumbido forte, enxame de
insetos, e pelo corredor central da igreja, o maldito entrava, blasfemando suas
palavras, dentro da casa de nosso senhor, o telhado, as paredes, começaram a
ficar encharcados, e começou a ruir, ele caminhou ate o altar, em meio a todo
desmoronamentos, nos 3 ficamos no púlpito congelados de pavor, nada podia
fazer, a única saída, era ir de encontro, ficamos ilhados, ele chegou perto do púlpito, e o tocou, com
as duas mão, e todo o altar veio abaixo, seus insetos começaram a invadir,
tudo, e como sempre, um relâmpago, fez ele desaparecer, na chuva, ficamos sentados, chorando, desesperados,
porque alquilo acontecia na casa de deus, dormimos no que restou da
igreja, no amanhecer, saímos, e fomos em
direção a minha casa, ao entrarmos numa rua de terra, que fica a um 1km da
minha casa, olhamos para traz, e a chuva estava vindo, nunca senti tanto pavor de algo, algo que
pedimos, agora nos e uma maldição, corremos, mas não deu, a chuva, nos
alcançou, ficamos com medo, e corremos, faltando alguns metros, uma mosca
passou perto ao meu ouvido, e pousou em meu ombro, eu a matei, como pode inseto na chuva, estranhei, estava
quase chegando a minha casa, quando olhamos para traz, em meio a ventos e
trovões. Estava lá, o maldito, vindo em nossa direção, com sua nuvem de
insetos, corremos, mas eles nos alcançou, passou a nossa frente, e falou, com
uma voz rouca, rasgada.
- Blasfemos!
Falou em nossa língua, estranho, sempre pensei que era em
latim que demônios falavam. E deu um relâmpago, e ele sumiu. Como pode
chamar-nos de blasfemos, pecadores era aqueles monstruosos arcaicos que faz
aquilo com a pobre moça.
Reunimos os adeptos da fé em nosso senhor, discutimos, e
decidimos perseguir os blasfemadores e os expulsar de nosso vilarejo, pegamos
foices, tochas, e fomos a casa deles que estavam reunidos, para fazer outro
sacrifício a o deus Tlaloc, antigo deus cultuado em nossa região, deus da
chuva.
Chegamos ao lugar que eles estavam, e a começar a invadir,
um repentino raio, seguido de um trovão, nos estremeceu ate o fio de cabelo, e
uma chuva, muito forte, que não nos
fazia enxergar um palmo a nossa frente,
antes de entrarmos no templo para nos proteger da chuva, escutamos algo
vindo por traz da multidão, quando conseguimos chegar a porta, o maldito,
apareceu, e gritou:
Malditos, não ousem entrar na casa do senhor da chuva, meu
senhor, a qual me enviou para destruir e expulsar os blasfemos que ousaram
construir um prédio em nome de outro deus.
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